12 de setembro de 2008

da falta de percepção masculina.

a amiga lili e eu conversávamos sobre a formulação de uma espécie de tratado científico que explicasse a infinita incapacidade masculina de "perceber". concordei, de imediato, com uma ressalva: existe uma explicação para isso?

é fato, homem não percebe. enquanto nós, mulheres, somos sensíveis ao extremo a tudo e qualquer coisa, eles simplesmente "passam direto" por todos os sinais emitidos.

veja bem, se eu chego mais cedo em casa e ele mais tarde, eu não ligo porque não vou atrapalhar a aula, o trabalho, etc. mas e ele? não liga quando chega por quê? se eu peço, com todo o jeitinho: "tente não demorar muito depois de tal coisa porque eu vou estar esperando você, tá?", não é "manha"... realmente eu vou estar esperando. se eu não estou risonha e simpática como eu sou normalmente depois de alguma coisa que ele disse ou fez, é sinal de quê foi alguma coisa errada... mas por que eles não percebem?

e isso não é só sobre namorado distraído. é sobre pai, sobre irmão, sobre chefe... homem tem essa mania de achar que tudo está sempre normal! e se, minhas amigas, nós quisermos "resolver" esse problema perceptivo, só falando na cara.

vai ver é daí que vem esse papo de que o bom relacionamento é baseado em conversa. se a gente não conversar, não explicar "tim tim por tim tim" a raíz do incômodo, a coisa - por maior que ela seja - continua imperceptível!

mas já aprendi, e tenho a certeza de que todas vocês também, que isso não tem "correção". homem é assim por natureza mesmo. não percebe e pronto. e não adianta esperar que, milagrosamente, eles passem a perceber os milhares de sinais que a gente deixa para eles todos os dias. o jeito é "se acostumar". ou, ao menos, entender que com eles é na base da conversa mesmo quando as coisas forem difíceis de ser ditas. é respirar fundo, ter coragem e "mandar ver".

a verdade é que depois de dizer todas essas coisas, eu até pensei em encaixar o dito clichê "ruim com eles, pior sem eles"! no entanto, eu acredito mais no "bom com eles, muito bom com eles". imaginem que eu tenho três homens de convívio imediato nessa vida e eles são essenciais. eles nunca, nunca percebem nada mesmo. meu pai, meu irmão e meu namorado são dessa espécie de "distraídos" - ou, talvez, eu que seja sentimental demais -, mas eu não sei viver sem... admito.

e eu espero que isso eles sejam capazes de perceber! que eu não vivo sem, que eu amo descaradamente e que, se preciso for, eu digo todos os dias, explico detalhadamente, escrevo um tratado sobre o assunto!