27 de outubro de 2007

poema para os pés do amado.


porquê não posso tê-lo por inteiro,
contento-me em homenagear-lhe os pés
são dele os pés que suponho grandes e fortes
para que assim sustentem o peso do ser que é

pés alvos que logo ligam-se às pernas
essas que lhe sobem, interligam-se à cintura
e o tronco que tanto admiro extende-se
compreendendo-se em meu infinito desejo
braços, ombros, pescoço e o cabelo escorrendo
no rosto, o sorriso singelo e os olhos pequenos
tudo que há nele paira leve por sobre os pés

e se hoje pasma sonho com estes entre os meus
é por simplesmente terem caminhado em minha direção
uma mera e quase insignificante vez

é porque, em meus sonhos,
com passos mansos vêm seus pés
ao encontro do leito meu.