o ridículo à primeira vista.
todas as histórias de amor são, categoricamente, bobas. todas as histórias de amor que o homem inventa são quase que inacreditáveis. e, ainda assim, nós as lemos e suspiramos na eterna espera de que algum dia um pedaço daquilo possa ser nosso. e nunca, nunca é daquele jeito. aí o pessoa me diz que todas as cartas de amor são ridículas. mas o que são as cartas de amor senão a tentativa expressa de se contar uma história boba? obviamente é preciso ser ridículo para se acreditar em tudo que se diz naquelas linhas e nas entrelinhas. apaixonar-se é, portanto, assumir-se ridículo e bobo. e mais ridícula e boba que eu, acredito, ainda está para nascer!
eu nem bem sei como começar um conto. andei lendo alguns, buscando uma inspiração qualquer. mas a verdade é que todos floreiam demais coisas que nem bem podem ser expressas em palavras. há sempre o sol brilhando, há sempre o céu azul e as flores todas perfeitamente desabrochadas ao longo dos caminhos. mas não na minha história de amor! não era dia. o céu, negro e sem estrelas, era riscado pelas luzes artificiais da lapa e os sons não eram de chuva, rios, animais ou crianças... eram músicas, bêbados, carros e gente sendo, como de costume, assaltada. acima de mim, uma lona. e não era circo, embora o lugar estivesse bem fornido de palhaços. e o vento frio da madrugadinha vinha subindo pela espinha e aplacando o calor que a dança havia deixado na pele.
banhada em minha infinita bobeira, eu o vi. eu, já alegre, com músculos cansados de tentar manter-me de pé no meio de uma multidão de caras pintadas e narizes vermelhos, deixei que meus olhos escorressem do meu rosto. e eles, sozinhos, foram buscar os do outro. não, ele não tinha uma luz própria mas sim um canhão que fazia parecer possível ver a sua aura. e no meio de mais dois ou três, ou talvez quatro, era para ele que meu olhar se voltava. um ser que nem bem atenderia a qualquer padrão de "perfeição" do hoje em dia. no entanto, cabia nos meus sonhos como poucos couberam até a presente data...
(para pedro, em pedro e com pedro. toda paixão platônica merece, ao menos, umas linhas tortas pelas quais possa ser recordada em ocasiões futuras. obrigada pela adrenalina momentânea que me correu a espinha e fez com que eu vivesse um pouco mais intensamente.)
todas as histórias de amor são, categoricamente, bobas. todas as histórias de amor que o homem inventa são quase que inacreditáveis. e, ainda assim, nós as lemos e suspiramos na eterna espera de que algum dia um pedaço daquilo possa ser nosso. e nunca, nunca é daquele jeito. aí o pessoa me diz que todas as cartas de amor são ridículas. mas o que são as cartas de amor senão a tentativa expressa de se contar uma história boba? obviamente é preciso ser ridículo para se acreditar em tudo que se diz naquelas linhas e nas entrelinhas. apaixonar-se é, portanto, assumir-se ridículo e bobo. e mais ridícula e boba que eu, acredito, ainda está para nascer!
eu nem bem sei como começar um conto. andei lendo alguns, buscando uma inspiração qualquer. mas a verdade é que todos floreiam demais coisas que nem bem podem ser expressas em palavras. há sempre o sol brilhando, há sempre o céu azul e as flores todas perfeitamente desabrochadas ao longo dos caminhos. mas não na minha história de amor! não era dia. o céu, negro e sem estrelas, era riscado pelas luzes artificiais da lapa e os sons não eram de chuva, rios, animais ou crianças... eram músicas, bêbados, carros e gente sendo, como de costume, assaltada. acima de mim, uma lona. e não era circo, embora o lugar estivesse bem fornido de palhaços. e o vento frio da madrugadinha vinha subindo pela espinha e aplacando o calor que a dança havia deixado na pele.
banhada em minha infinita bobeira, eu o vi. eu, já alegre, com músculos cansados de tentar manter-me de pé no meio de uma multidão de caras pintadas e narizes vermelhos, deixei que meus olhos escorressem do meu rosto. e eles, sozinhos, foram buscar os do outro. não, ele não tinha uma luz própria mas sim um canhão que fazia parecer possível ver a sua aura. e no meio de mais dois ou três, ou talvez quatro, era para ele que meu olhar se voltava. um ser que nem bem atenderia a qualquer padrão de "perfeição" do hoje em dia. no entanto, cabia nos meus sonhos como poucos couberam até a presente data...
(para pedro, em pedro e com pedro. toda paixão platônica merece, ao menos, umas linhas tortas pelas quais possa ser recordada em ocasiões futuras. obrigada pela adrenalina momentânea que me correu a espinha e fez com que eu vivesse um pouco mais intensamente.)
