28 de setembro de 2008

tristeza pós-moderna.

depressão é uma palavra que conhecemos, mas eu mesma não a entendo. afinal, o que é estar deprimido? usamos isso em tantos sentidos que não sei mais dizer qual o significado puro, o que é, na verdade, estar doente "disso".

se ter depressão é se sentir triste com tudo, ser incapaz de ver o lado bom das coisas, não conseguir ver que em tudo há um propósito ainda que as coisas aconteçam negativamente, talvez eu esteja doente. se ter depressão é ter essa sensação de infelicidade respirando no pescoço, talvez eu esteja mesmo deprimida.

eu acho que deveria ser proibido uma pessoa de vinte e três anos sentir esse tipo de infelicidade, insatisfação, dor... aos vinte e três anos todos deveriam ser felizes! há uma vida inteira esperando pela gente lá fora. e um mundo inteiro de descobertas e sensações...

no entanto, existe essa tristeza pungente que, em algum momento, não tem nem mais explicação. ela só acomete as pessoas, fica dentro delas, desanima... eu ando exausta. eu ando cansada de todas as coisas. e sozinha, muito sozinha. como se eu fosse o último ser humano do planeta.

e se isso é a tal da depressão, talvez eu precise mesmo de algum tratamento. mas eu prefiro acreditar que essa é a tristeza da pós-modernidade. e que todo mundo, em algum momento, se sente assim. aos vinte e três ou aos oitenta e três anos de idade. e o remédio? bem, ainda não descobri. por enquanto tenho enfrentado fortemente os sábados com fones no ouvido, meu edredon e as luzes apagadas.

se alguém souber a cura, avise... muitos de nós, cidadãos pós-modernos, agradeceremos.