~ diz:
há algo em ana.
ana diz:
como assim?
~ diz:
há algo na mulher chamada ana.
há algo em ana que não me deixa ser indiferente.
ana diz:
você é indiferente as mulheres?
~ diz:
sim, às vezes.
ana diz:
como é possível?
~ diz:
sou indiferente aos seres humanos.
ana diz:
mas não as anas.
~ diz:
pois é.
anas são anas.
não há, para anas, a indiferença
ainda que um nome não explique
não justifique ou sequer complique
uma situação
de todas as anas que passaram
eu gostaria de ficar, de estar
de todas as anas, loiras ou morenas
eu gostaria de ser a mais colorida
e gostaria de, nessa rima quebrada,
ser parte ativa da sua vida
por ana, com ana e em ana
seja o que for ou o que puder
com ou sem limite de paciência
o que a ana quer, a ana ganha
ou meramente brinca e se engana
num estranho bem-querer.
ana diz:
impressionante.
você me surpreende todos os dias.
~ diz:
eu sei.
ana diz:
de maneiras consideravelmente assustadoras.
~ diz:
eu sou assim.
algumas pessoas conseguem conviver.
ana diz:
não é fácil ser indiferente a você.
~ diz:
não é.
geralmente não gostam de mim.
ana diz:
não vou dizer que não compreendo tais pessoas.
~ diz:
não são anas.
ana diz:
até anas têm seu limite de paciência.
~ diz:
sim.
e não estou tentando testá-lo.
