eu vivo num estado quase permanente de desequilíbrio porque o equilíbrio é delicado demais para todas as coisas que me afetam diariamente. a sensação no fim desses quase três dias de espera é de que já não consigo construir mais nada que faça com que o tempo passe mais rápido. eu leio livros, eu vejo televisão, eu ouço canções e faço trabalhos... me aventuro na cozinha, me aventuro com as tarefas domésticas - você sabe que eu sou um desastre como passadeira -, saio procurando novidades palpáveis pelas ruas... e nada disso preenche o espaço que fica aqui nesses quase três dias sem você aqui.
não existe modo de me manter equilibrada quando tudo a minha volta me sacode, me empurra, estende a perna no meu caminho para que eu tropece. não existe esse equilíbrio quando não está aqui a única coisa que me mantém em paz.
então vou esperando como quem espera para nascer ou morrer. há uma urgência na noite de sexta-feira que penetra os ossos, as carnes, os pêlos. e sai pelos poros. são dias difíceis esses quase três. e as horas estacionam cruelmente diante dos meus olhos que checam relógios e celulares a todo momento, impacientemente.
é...
canta para mim
qualquer coisa assim sobre você
que explique a minha paz
tristeza nunca mais...